sexta-feira, 19 de abril de 2013

O rico e Lazaro


 
Havia uma vez um homem rico que só se vestia de purpura linho fino e se banqueteava todos os dias. Seu luxo era grande. Tinha dispensa farta e seus vinhos vinham de sua adega, produzidos também em sua vinícola. Possuía muitos criados e não se importava com o seu próximo.

Havia também um homem pobre, de nome Lázaro (Eliezer), que se sentava na porta do rico, todo coberto de pústulas. E não queria mais que as migalhas do rico e nem isso tinha; e dentro daquela casa, só os cães vinham lamber-lhe as feridas. Pobre Lázaro, doente, faminto e só no mundo. Sem ninguém que o acudisse no seu sofrimento no seu infortúnio.

Acontece que Lázaro morreu, e os anjos do céu o levaram para o seio de Abraão. Ali sentiu-se feliz, pois Abraão o esperava. Viu-se cheio de saúde sem as feridas pustulentas que cobriam o seu corpo. Sentiu-se alegre e feliz. Que lugar mais bonito e agradável. Flores multicores ornavam a paisagem cheia do verde das árvores. Um céu de estrelas cintilantes e umas manhãs e tardes de inesquecível beleza, com o brilho do sol trazendo um calor ameno e suave. Criaturas sorridentes e felizes, estavam nas cercanias, parecendo que já os conhecia de longa data.

O rico também morreu e foi enterrado.

Somente que com grande diferença. Seu espírito se encontrou em um terrível lugar. Entre meio de tormentos. Sentiu-se tal qual era evidentemente. Seus restos mortais (matéria) foram para o seio da terra e o espírito imortal continuou a se sentir muito mal, pois não se encontrava em seu majestoso palácio, cercado pela criadagem. Também estava roto e faminto. Onde estava a pompa que o cercava? Onde os vassalos que o serviam? Sentia-se triste e abatido. Quis reclamar, gritar, ordenar, mas para quem? Estava só. Assustava-se com as companhias que lhe apareciam vez por outras. Eram seres estranhos, caras horríveis, animais repulsivos, árvores disformes, com galhos que pareciam querer agarra-lo. Tudo ali era sinistro e terrível.

Levantou os olhos e viu lá distante, Lázaro no seio de Abraão e implorou "meu pai Abraão, tenha piedade de mim! Manda Lázaro molhar a ponta do dedo com água e refrescar minha língua, que queima como fogo neste horrível lugar".

Abraão respondeu "lembra-te meu filho que na vida terrena, tomaste como teu o que era bom e Lázaro tomou como seu o que era mau. Agora ele está confortado e tu padeces. Ademais há um grande abismo entre os dois. Os que aqui estão não podem se passar para ai, e os que ai estão não podem se passar para aqui".

Então o homem que fora rico, disse: Se é assim, manda Lázaro a casa de meu pai, porque eu tenho cinco irmãos; e que ele os avise, de modo que possam escapar ao que me coube.
Mas Abraão respondeu: "Não tem eles lá Moisés e os Profetas; ouçam-nos".

Mas ele insistiu "Não, Pai Abraão, se alguém dentre os mortos for ter com eles, arrepender-se-ão".

Abraão porém, lhe respondeu:" Se não ouvem a Moisés e aos Profetas, tampouco se deixaram persuadir, ainda que ressuscite alguém dentre os mortos."

NOTA

Jesus diz no seu Evangelho: "Bem aventurados os aflitos, os que padecem injustiça, os humildes, os que choram, porque alcançarão misericórdia".

Assim foi com Lázaro, que sofreu na vida como encarnado. Assim sofrendo doença, fome, frio e a falta de um abrigo, conseguiu saldar os seus débitos e quando voltou a pátria espiritual, situou-se em bom lugar junto a seus afins.

Já o rico egoísta que só em si pensava, plantou seu próprio infortúnio, onde a colheita é obrigatória, segundo a lei de justiça. Voltou a espiritualidade, porém em lugar inferior, próprio a inferioridade de seu espírito.

Enquanto Lázaro sentia-se feliz, o rico sentia-se infeliz.

Para seu maior tormento, visualizava a felicidade de Lázaro. Pediu piedade e refrigério, mas foi lembrado de que "a cada um segundo as suas obras". Falou ainda Abraão. Há um grande abismo entre uns e outros.

É lógico que os lugares tenham que ser distintos e diferentes. "Sabemos pela terceira revelação que espíritos superiores, podem visitar lugares inferiores. Já estes, os espíritos inferiores, não podem ir a lugares superiores."

Mas o rico implorou em favor de seus irmãos e Abraão foi taxativo "Se não ouvirem a Moisés e os Profetas a ninguém ouvirão. De nada valerá conversar com os espíritos, isso não os inocentará das dividas contraídas. Se respeitarem os mandamentos, virão para a espiritualidade com melhor bagagem e situar-se-ão em melhor lugar."

NOTA

Saul, rei dos Israelitas, pediu conselhos a Samuel através da médium de Endor. De nada valeram os conselhos de Samuel, porque Saul fez justamente o contrário. Samuel pediu a paz e Saul, decretou a guerra.

Isso é muito comum nos meios espiritistas. Pessoas que procuram a entidades espirituais, para a solução de certos problemas. Quando obtém esclarecimento e orientação quanto a forma de soluciona-los, acham que não vale a pena o sacrifício da REFORMA ÍNTIMA.

Sabemos que ninguém ficará eternamente no UMBRAL (lugar inferior, descrito por André Luiz). Tão logo sofrido em razão de nossa própria imperfeição, sentindo arrependimento e desejo sincero de fazer o bem, estaremos liberados para nova encarnação de lutas e reparos ao mal que tenhamos feito. Essa é a bondade e misericórdia do Pai, dando-nos novas oportunidades de reabilitação e aperfeiçoamento. Jesus disse: "Daí não sairás até pagares o ultimo centil". E se não recebermos a Jesus que nos ensina o Amor e o Perdão das ofensas, como iremos aceitar a terceira revelação que é uma filosofia, uma ciência e uma religião de grande profundidade MORAL E INTELECTUAL.

MORAL porque é o último convite para a transformação do homem. Transformar o homem velho em homem novo.
INTELECTUAL porque nos diz de onde viemos, o que aqui fazemos e para onde vamos.


"Bem aventurados os esmoídos pela doença e pela miséria, porque pagam os seus pecados nesta vida! Ai do rico que pensa só em suas breves alegrias neste mundo. (O NAZARENO)

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