terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Março (Ringu)

Ringu - A corrida de bois - 04/03/2012
Ringu atrelou os bois à carroça, enquanto seus pais e Batu, seu irmão menor, subiam e se acomodava. Ringu sentou no lugar do cocheiro. Ele ia ser o condutor! A família estava saindo de casa para ir ao "bazar" - uma especie de feira. Aquele era o último dia de feira antes da grande festa para homenagear os bois sagrados. Toda gente da vila estaria lá. Ringu e Batu estavam bem animados. A vila onde eles moravam ficava na região central da Índia, no meio das montanhas e florestas.
A carroça ia devagar pela mata. De seu posto, Ringu olhava com medo para as arvores dos dois lados do caminho. Ele imaginava que os maus espíritos, ou mesmo um tigre, poderia estar por ali, observando os. Achegar n estrada principal o medo foi esquecido. Ringu cutucou os bois com sua vara pontuda e torceu a cauda deles, para faze los andar mais depressa.
Os bois dispararam, Ringu sô diminuiu quando estava chegando perto do local da feira, no centro da vila. É que ele queria ver a casa do missionário estrangeiro. Ringu só tinha vista o homem uma vez. Ele era bem alto, de pele clara e cabelos castanhos. Seu nome era sr. Grubbs. O povo da vila comentava que ele vivia falando de um Deus único que todos deviam conhecer, em vez de estar sempre tentando agradar aos maus espíritos.
- Seria bom ouvir isso - pensou Ringu.
Pouco depois, chegaram à vila. Amarraram os bois numa das rodas da carroça, sacudiram o pó da roupa e foram se aproximando da feira. De repente, Ringu deu um pulo, gemendo de dor.
Levantando o pé do chão, Ringu examinou o calcanhar. Havia um grande espinho ficado nele. Cerrando os dentes, o menino arrancou o espinho. Em seguida, apressando o passo ele alcançou sua família que, sem perceber se distanciava.
Ringu e Batu acompanharam o pai nas compras. Compraram muitos enfeites para embelezar os bois.
Quando ninguém estava olhando, Ringu pegou rapidamente uma banana, e escondeu em sua calças. Ele sabia que era errado roubar mais ninguém estava olhando, e quem não fazia isso de vez em quando?
De repente uma linda musica encheu o ar. Ringu viu uma multidão se aglomerando. Depressa correu ate la. Ringu esbarrou num homem, que deixou cair alguns papeis. Assustado, Ringu tentou fugir, mas o homem o segurou pelo braço, sem machuca-lo, e disse gentilmente:
- Espere aí, amigo.
Ringu parou e ficou olhando. Era o missionário.
O missionário pegou os papeis do chão, deu um deles a Ringu e disse:
-Estamos aqui para lhe falar sobre o Deus verdadeiro, o nosso Criador. Este papel contem as palavras de Deus. Deus ama vocês e enviou Seu Filho Jesus para morrer na cruz pelos nossos pecado.
Ringu e Batu pegaram um folheto cada um. Os dois meninos se viraram para prestar atenção ao homem que estava tocando musica.
O homem estava sentando diante de uma caixa estranha. Ele passava uma da mãos e, uns pãozinhos brancos e pretos, que ficavam de um lado da caixa, e isso fazia sair uma linda musica. (A caixa era um harmônio portátil) Ringu nunca tinha ouvido um som tao bonito. Então o homem parou de tocar e ficou em pé.
- Meu nome é Padu - disse ele - Antigamente, eu fazia oferendas aos maus espíritos e me ajoelhava diante dos ídolos. Daqui a três dias terá a festa dos bois sagrados, nesse dia vocês se ajoelharam diante desses bois. Mas o Deus verdadeiro manda que vocês não tenham outros deuses alem Dele, e dia que ninguém deve se curvar para os deuses falsos. Ele é o Deus único e verdadeiro, que nos ama e que enviou Jesus, o Seu Filho, para nos libertar e nos salvar dos nossos pecados. Essas coisas Ele diz em seu livro, a Bíblia.
Batu cutucou Ringu.
-Vamos embora . Não é bom ouvir essas coisas. Os espíritos podem ficar zangados.
-É bom se for verdade - disse Ringu - Quando eu aprender a ler, vou saber o que esta escrito nestes papel de Deus. Quero saber se isso é verdade mesmo.
Ele desenrolou o turbante, colocou o papel com cuidado em sua dobras e enrolou novamente o turbante na cabeça. Os dois meninos saíram, então, para procurar o pai. O ferimento do pé do Ringu doía muito.
Você esta mancando. Seu pé esta bem?- Perguntou o pai do Ringu.
Ele mentiu que estava, pois queria muito disputar a corrida do boi. Ia ser o competido mais novo e queria deixar o pai orgulhoso. Mais agora aquele pé ferido poderia deixa lo fora da competição
- Sera que o maus espíritos vão deixar meu pé doente só para eu não participar da corrida?
Ringu sentiu medo o que sera que ia acontecer?
No dia da competição Ringu acordou, colocou o pé no chão com muito cuidado. Manquejou ate a varanda.
- Por que o espíritos estavam aborrecido com ele?
Ringu estava quase chorando. Ele queria tanto que o pai ficasse orgulhoso dele.
A mãe dele aproximou e perguntou:
- O que há meu filho?
A mãe foi examinar o pé de Ringu. Ao toca lo, sentiu o quente. Preocupada, chamou o pai, que também o examinou e foi depressa chamar o feiticeiro.
Batu veio à varanda fazer companhia ao irmão. Os dois ficaram com muito medo quando viu o feiticeiro chegando. Ele andava curvado como um velho. No pescoço usava um colar de contas de madeira e vários fios trançado, terminando em nós. Na cabeça havia um turbante, de onde caía uma mecha de cabelo, escura e oleosa. Mal encarado, com olhos frios e penetrantes, era mesmo de meter medo.
Ringu usava no pescoço. Ringu fazia parte do povo Korku, um dos muitos povos da Índia, e todos do seu povo usava cordoes no pescoço.
Terminada a cantoria o pai de Ringu deu algum dinheiro ao feiticeiro, era importante pagar o curandeiro pois do contrario nada aconteceria.
O pai e o feiticeiro já havia distanciado e sozinho Ringu se pós a relembrar as palavras do missionário e de Pandu. Desenrolou seu turbante e retirou o papel de Deus. Apesar de frequentar uma escola Ringu só sabia algumas letras do alfabeto hindu. O medo dos maus espíritos faziam Ringu tremer. Quem sabe o papel teria as respostas! Ele queria muito saber o que estava escrito ali.
Quando chegou finalmente a hora da corrida o pé de Ringu doía muito.
Ao sinal , os bois saíram. Cada boiadeiro gritava. Ringu também procurava fazer os bois andarem mais rápido. Segurou as rédeas com mais força e gritou, metade eufórico e metade de muita dor.E ele venceu a corrida.
Batu pulava de alegria. Mesmo que os espíritos não tivesse melhorado seu pé ainda assim ele tinha ganhado.
Em casa apos a corrida, Sentou na cama de cordas de sua varanda. Estava exausto e o pé ferido doía muito, completamente sem forças.
-Você correu muito bem, meu filho. Estou orgulhoso de você. Mas pelo que vejo seu pé não melhorou. Será necessário chamarmos novamente o feiticeiro.
O feiticeiro veio logo. Desamarrou uma trouxinha, onde carregava as coisas que serviam para espantar os maus espíritos. Primeiro, ele jogou pimenta vermelha no ar.
-Atchim! Atchim! Atchim! - Ringu espirrou.
-Ótimo! - disse o feiticeiro - isso vai espantar os maus espíritos.
Então o feiticeiro sentou no chão e puxou Ringu para si, colocando o menino entre as pernas cruzadas. Depois colocou a boca no ouvido de Ringue soprou com força varias vezes no seu ouvido. Doeu muito e Ringu tremia de medo. Mais ele imaginava que isso faria os espíritos irem embora. Depois o bruxo tirou de sua bolsinha uma pena de pavão e amarrou no tornozelo de Ringu. Abriu um vidrinho e derramou no ferimento de Ringu, retirou um saquinho com um pó preto e derramou diretamente no ferimento do Ringu. Ringu berrou.
-Os espíritos nunca ficam satisfeito- pensou o menino. Preciso aprender a ler depressa. Quero saber mais sobre o Deus do missionário. De repente outro pensamento passou pela cabeça de Ringu Se os maus espíritos fizessem seu pé piorar, ele não poderia ir a escola para aprender a lição. Então o que aconteceria?




Ringu - Um dia na escola - 11/03/2012


No dia seguinte na hora de ir a escola, Ringu se arrastou até a varanda e se deixou cair na cama, se arrastou ate a varanda e se deixou cair na cama de cordas. seu pé e sua perna doíam demais; ele estava com febre e sua cabeça latejava. O tratamento do feiticeiro na tinha adiantado. Nem o pó preto e nem a pena de pavão.
Nisso Ringu avistou de longe Pandu e o missionário Grubbs, com um livro preto na mão.
Agora os homens já estavam em frente a sua casa. Ringu ouviu o missionário comprimentar seu pai e pedir licença para mostrar algumas figuras.
-Sim, sim, qualquer dia destes... - o pai de Ringu falou. - Mas o pé de meu filho esta machucado, missionário. O feiticeiro anda sem poderes esses dias. O missionário pode ajudar?:
O homem seguiu o pai de Ringu ate a varanda, enquanto o pessoal da aldeia bisbilhotava, procurando ver o que o missionário ia fazer. Quando chegou perto de Ringu, um olhar de surpresa surgiu o rosto e ele disse:
-Você é o menino que esbarrou em mim la na feira. Você já leu o papel que lhe dei?
O paio de Ringu adiantou se a Ringu e para agradar o visitante, mentiu dizendo que Ringu já tinha lido o bilhete.
O missionário colocou seu livro de lado e sentou se perto de Ringu e examinou o pé ferido.
- Sim acho que posso ajudar. Traga uma panela com agua morna.
a mãe de Ringu apressou a trazer a agua.
O missionário colocou um pó branco em uma vasilha e depois colocou a agua morna.
- Agora coloque o pé aqui.
-Esta dizendo para meu filho colocar o pé machucado na agua? - perguntou o pai de Ringu com medo - Os espíritos maus, que estão na agua, vão entrar no ferimento e fazer com que fique pior.
- Não, não - disse o missionário - Coloquei um remédio na agua que vai fazer passar a dor. Deixe que ele fique com o pé na agua por meia hora.
Ringu estava tremulo. Tocou a agua, mas tinha medo de afundar o pé. Tinha certeza de que os maus espíritos fariam seu calcanhar piorar... Mas o missionário pegou lhe o pé com firmeza e o pós na agua. Que gostoso!
Foi então que aconteceu algo completamente novo para Ringu. O missionário disse:
- Deus ama você. Eu vou pedir que Ele faça seu pé ficar bom.
E abaixando a cabeça, ele disse a todos:
-Abaixem a cabeça também.
Ringu abaixou a cabeça também, mais voltou a levanta la quando o missionário começou a falar com Deus. Ele pediu que Deus protegesse a família e curasse o pé de Ringu. Ringu pensou:
-Pois eu vou esperar e ver se esse Deus atende o que ele pede.
O missionário enfaixou o pé de Ringu e depois entregou um pacotinho ao pai de Ringu, recomendando:
- Todo dia, não se esqueça de colocar o pé dele de molho em agua quente com um pouquinho desse remédio. Sem isso não haverá melhora.
E foi embora.
Logo Ringu já se sentia melhor e ate a dor de cabeça já tinha passado. Ele pensava:
-Talvez o que o missionário tinha dito era verdade, Talvez o seu Deus realmente fizesse o pé ficar bom que que ele pudesse voltar a escola e aprender logo a lê para saber o que tinha naquele papel. Seria possível que o
Deus do missionário fosse mais poderoso que Satanás? Ringu decidiu descobrir mais a respeito desse Deus.
A noitinha o pé de Ringu voltou a doer. Ele achou que a agua tinha feito mal ao pé. Os espíritos maus deviam ter entrado mais fundo no seu ferimento.
-Não vamos mais deixar de molho. - disse o pai- afinal não temos o mesmo poder do missionário.
Ringu quase chorou. ele estava com muito medo. Sera que os espirito sabiam que ele queria saber sobre o Deus do missionário?Iam fazer que ficassem mais doente?
Varias vezes durante a noite Ringu acordou com o pé latejando. logo que amanheceu levantou manquejando e foi falar com sua mãe:
-Mãe meu pé esta péssimo. Dói muito. O missionário falou para colocar o pé na agua. Se não fizermos como ele mandou, talvez eu fique doente por muito tempo e ... não possa ir a escola para aprender a lê.
O pai de Ringu chegou e ordenou que colocasse o pé de Ringu na agua como o missionário tinha falado.
silenciosamente a mãe de Ringu trouxe a agua, Ringu levantou o pé e devagarinho colocou o de molho. Na noite daquele dia e também na manha e noite do dia seguinte. Ringu pós o pé de molho. A melhora era visível e ele não sentiu mais dor.
-Que bom! - o pai comentou - Espero que o remédio do missionário de certo logo. Esta quase na hora de vigiar as plantações a noite, para espantar algum chacal ou hiena que apareça. Meus ajudantes estarao fora por dois dias e preciso que você e Batu fiquem de guarda.
Alguns dias depois , Ringu já podia andar sem sentir dor.
-O Deus do missionário é muito poderoso - pensou - ele curou meu pé.
Voltando se para Batu, Ringu falou:
-Hoje a noite vamos vigiar as plantações. E amanha vou a escola com você. Levarei comigo o meu papel de Deus. Talvez eu aprenda a lê-lo.
A escola funcionava como uma casa igual as da aldeia. Tinha paredes trançadas e telhados de capim. Os meninos sentavam no chão de terra batida. Havia apenas uma pequena lousa na parede, não havia qualquer enfeites na parede.
Ringu procurou dentro do seu turbante o papel.
Naquele dia o professor ensinou a contar. Ringu estava inquieto. Era bom contar, mais para ele o ideal seria passar todo o tempo aprendendo a ler.
O professor parou do lado de Ringu.
- O que é isso? - ele perguntou, arrancando o papel do turbante de Ringu.
Ringu levou um susto e escondeu a cabeça, esperando um tapa. Seu papel! O professor havia apanhado o seu papel. Ringu prendeu a respiração.
O professor guardou seu papel no bolso e continuou a andar. Ringu teve que se controlar para poder continuar a fazer sua lição. Como poderia recuperar seu papel? Não podia perde lo.
Levantando a cabeça
Ringu viu quando o professor parou próximo a porta. O menino estremeceu ao ver o professor tirar o papel do bolso e lê-lo com atenção. De repente, ele amassou o papel e o atirou com força num cantinho.
-Ringu, venha cá!
Ringu levantou se tremendo, e caminhou ate a frente da sala.
-Esse papel fala sobre o Deus dos cristãos - explicou o professor, em tom serio. - Nunca mais pegue um papel como este!
Ringu não queria concordar com ele, mas enfrentando o olhar severo do professor, ele cruzou os braços e puxou as orelhas, indicando que estava arrependido do fato e que prometia nunca mais repeti lo (Esta era a maneira korku de fazer uma promessa),Então, ele disse:
-Nunca mais vou receber outro papel desse, professor!
Ringu falou isso da boca para fora. O que realmente desejava era recuperar o papel e saber o que estava escrito nele. Por isso, estava resolvido a pega lo de volta.
Depois da aula , Batu apressou Ringu.
- Vamos embora Ringu. Hoje nós vamos guardar os campos.
- Já vou Batu, já vou!
Ringu demorou se, até que o professor e todos os outros alunos saíssem.
Então, rapidamente, apanhou a bolinha de papel que estava no cantinho da sala.
- Esse não é o papel que o professor proibiu você de ler? - Batu perguntou - Não pegue isso jogue fora!


-Não ligo para o que o professor diz. Eu vou guarda lo. Quero saber mais a respeito de Deus. Gosto de pensar Nele, porque o missionário Grubbs dia que o Deus verdadeiro me ama. Não gosto de pensar nos espíritos maus. Eles me dão medo!
-Mas Ringu- insistiu Batu - se você não adorar os espirito, eles vão comer você! Talvez ate me machuquem também! Jogue fora esse papel.
-Eu vou guarda lo. Os maus espíritos não comeram o missionário. Não comeram Pandu.
Chegando perto da casa Ringu gritou:
-Escute! Olhe! Lá esta Pandu, tocando a caixa de musica. Como é bonita! E o missionário esta la também.
Ringu começou a correr. Ele não sabia ler o papel, mais ali estava o missionário, que podia lê-lo. Agora certamente ele ouviria mais a respeito do Deus único e verdadeiro.
Será que Ringu vai crer no que vai ouvir?







Mais novidade para Ringu – 18/03/2012




Havia bastante gente reunida quase em frente à casa de Ringu, aguardado o que iria acontecer. Ringu e Batu procuraram um lugar para sentar e ouvir Pandu tocar o harmônio.
-Que musica linda! Ela faz me sentir feliz. – Pensava Ringu.
Enquanto se deliciavam com a musica, Ringu observava o missionário ligar o fio de uma outra caixa, que ele chamava de eslaides, na bateria do jipe. Depois, montou uma tela branca.
Quando escureceu, o missionário mostrou algumas figuras na tela branca. (Eram eslaides). Ringu nunca tinha visto uma coisa daquelas. Havia uma figura de um nenê, embrulhado em panos e deitado na palha. O missionário falo:
-O Senhor Jesus Cristo morava no céu, mas Ele veio até aqui, porque ama você. Ele nasceu como um nenê e cresceu sem nunca fazer nada de errado. O Deus verdadeiro é prefeito, e ficamos separados dele por causa do nosso pecado. No Senhor Jesus Cristo foi colocado todo o pecado do mundo, todas as coisas erradas que você fez e pensou: adorar ídolos, roubar, mentir...


A próxima figura era de um homem pregado em uma cruz. O missionário Grubbs continuou:
-Jesus Cristo tomou o seu lugar. Ele recebeu o seu castigo e morreu por vocês...
-Será que isso pode ser verdade? – pensava Ringu todo pensativo. Ele queria crer, mas tudo ainda era muito novo para ele. Ele tinha crescido ouvindo a respeito das crenças do povo korkus, que levava o povo a ter medo dos espíritos maus. E alem disso, Ringu tinha aprendido que todos tinham que manter as tradições e crenças do povo. Nenhum korkus escolhia seu próprio caminho, cada um vivia exatamente do mesmo jeito que aprendeu dos pais e avos.
- Jesus Cristo morreu por você. – disse o missionário pausadamente. –Se você crer nesta mensagem e se receber Jesus como seu Salvador, Ele vai perdoar seus pecados. Ele o livrara do podes de Satanás.
Como Ringu desejava acreditar no Deus do missionário Grubbs! Mas ele não conseguia compreender tudo de uma vez. Ele teria de ouvir mais, pensar, e ... aprender a ler!
Quando desligaram o projetor, ficou tudo escuro. Acenderam um lampião, varias pessoas fizeram perguntas ao sr. Grubbs e a Pandu. O pai alertou Ringu e Pandu
-Vocês precisam entrar para jantar, para irem logo ao campo.
Pouco depois, quando os meninos estavam saindo para o campo, o povo já tinha ido embora. Só o missionário e Pandu ainda estavam por lá, arrumando as coisas.
No momento em que Pandu levava o harmônio para o jipe, o missionário disse:
-Pandu guarde direito o harmônio. Você sabe que é da minha esposa. Ela gosta de toca lo e ficaria muito triste se ele caísse na estrada e se perdesse.
Ringu e Batu observavam Pandu acomodar com cuidado o harmônio. Ringu pensou:
-Como eu gostaria de tocar uma caixa de musica igual a essa!
Eu ficaria orgulhoso de mim mesmo.Pandu foi fechar a tela para guardá-la.
-Missionário-disse Ringu-quanto tempo vai ficar aqui?Eu quero aprender mais.
- Só mais um dia – respondeu Grubbs-Depois vamos falar a outras pessoas sobre Jesus Cristo, em outras vilas.
O missionário vai embora – pensou Ringu-e vai levar o caixa junto. Oh! Não.
Ringu cochichou para Batu:
-Venha.
Depressa, ele foi ao jipe e tirou o harmônio. O missionário não poderia ficar com ele, mais pelo menos ele ficaria com a caixa de musica. Carregando o instrumento, Ringu e Batu sumiram rapidamente na escuridão.
Em pouco tempo chegaram ao abrigo no campo, que era uma pequena casa construída sobre estacas, onde eles passariam a noite. Esconderam ali o harmônio, cobrindo o cuidadosamente com folhas. Ringu tateou no escuro, procurando o lampião de querosene e o acendeu.
Depois levaram pedra la para cima no abrigo.
Se as hienas aparecerem esta noite, vamos espanta lãs gritando e jogando pedras – disse Batu todo satisfeito.
Os dois meninos sentaram quietos por algum tempo. Finalmente, Ringu falou, como se falasse para si mesmo.
- O missionário Grubbs disse que o Deus verdadeiro não gosta do pecado, e que roubar é pecado. E eu roubei a caixa de musica da mulher do missionário. As palavras do missionário me fazem pensar muito...
Tudo estava quieto. Só se ouviam os pássaros noturnos, piando na floresta. Os dois cochichavam. De repente, Ringu acordou. A lua já declinava, mais ainda clareava um pouco. Enquanto observava, Ringu pensou ter visto algo se mover na mata. Fosse o que fosse, estava muito longe para ele saber o que era mesmo. Mesmo assim continuou observando.
Sim havia um animal ali. Ele olhava atentamente para a escuridão, tentando ver o que era. Parecia grande demais para ser uma hiena e se movia devagar. Ringu cutucou o irmão.
- O que é?- murmurou Batu sonolento.
-Não sei – falou Ringu baixinho. – Há um animal grande do outro lado do campo.
Então, por um instante o animal saiu das sombras da floresta. Ringu pensou ter enxergado listras no animal.
- Um tigre! Acho que é um tigre! - ele sussurrou com voz rouca.
- Tem certeza? – perguntou Batu, agarrando se no braço do irmão. – É um tigre mesmo?
-Eu...eu não tenho certeza.
Eles viram o vulto virar devagarzinho e olhar, como se estivesse encarando os dois meninos. Ringu respirou fundo.
- Estou vendo seus olhos enormes!
Então o animal desapareceu na floresta.
-Era um tigre! Ringu estremeceu. Talvez um tigre comedor de homens.
Em pânico os dois meninos se agarraram um ao outro. A possibilidade de um tigre assassino, rondando a vila, deixava os apavorados. Ringu tentou gritar, avisando os guardas dos campos vizinhos, mas nenhum som saia de sua garganta. Ringu e Batu ficaram ali abraçados, observando a mata, esperando ansiosamente a noite terminar.
Com a primeira luz do dia, os dois meninos correram para a vila. Já perto da casa deles, viram um homem correndo em sua direção.
-Noticias! Noticias! – o homem gritava.
O pai de Ringu saiu depressa de casa. Outros correram de suas casas para ouvir.
- Durante a noite, um homem da vila vizinha foi agarrado por um tigre!
_ Quem? Onde foi? Como? – perguntavam todos.
- Nos vvvimos... o tigre! – ringu disse ao pai. Batendo o queixo de medo.
Um velho que já tinha participado de muitas caçadas a tigre falou:
-Um boi deve ser morto perto do bebedouro, como armadilha para o tigre. O cheiro do sangue do animal atrairá o tigre. Os caçadores devem ficar abrigados, nas arvores próximas, com suas espingardas. Esta noite é a ideal para a caçada.
O pai de Ringu mandou três homens construírem uma plataforma no alto de uma arvore, perto de onde os animais bebiam água. Ali os caçadores esperariam. Outros homens receberam ordem para matar um boi velho perto do bebedouro
-Vou levar minha espingarda e minha lanterna. E vou levar dois homens e Ringu. Vamos esperar na arvore ate que o tigre apareça.
Ringu ficou orgulhoso de saber que seu pai o considerava bastante crescido para ajuda lo na caça ao tigre, mas ele estava com medo também. Muitas coisas podiam sair erradas numa caça ao tigre.
Então ele viu o missionário vindo pela estrada em sua direção.
- Meu amigo - disse o missionário – por que tanta agitação?
- Estamos nos preparando para matar um tigre – Ringu tentou parecer corajoso mais sua voz tremia.
-Caçar um tigre? – exclamou o missionário-e você vai com os homens?
- Vvvvou sim...
- Você não parece estar muito animado – comentou o missionário e você tem razão de estar com medo. Os tigres são muito perigosos.
- Um tigre poderia me comer – Ringu engoliu em seco. Os espíritos maus também poderiam me comer.
O missionário falou seriamente
- Ringu vou lhe contar uma historia sobre algo que aconteceu quando Jesus Cristo, o filho de Deus vivia aqui no mundo. Havia um homem que tinha espíritos maus habitando dentro dele. O homem fugiu de casa e foi morar um cemitério. Os espíritos maus mandavam que ele fizessem coisas estranhas. As pessoas prenderam as mãos e os pés do homem com correntes, porque tinham medo dele.
Ringu balançou a cabeça. Ele também teria medo daquele homem. O missionário continuou:
- Mesmo assim Ringu, as correntes não conseguiram segurar aquele homem. Os espíritos maus lhe davam tanta força que ele quebrava as correntes.
Ringu estremeceu pareciam se espíritos muito poderosos.
- Então Jesus veio ao lugar onde estava esse homem e mandou os espíritos maus saíssem imediatamente. O homem ficou livre Os espíritos maus tinham que obedecer s voz do filho de Deus, a Bíblia diz: “Nosso socorro esta no nome do Senhor, que fez o céu e a terra.” Salmo 124:8
Ringu entendeu que Jesus Cristo, o filho de Deus verdadeiro, era mais poderoso que os espíritos maus.
- Você sabe o que é pecado Ringu? É isto que esta escrito naquele papel que te dei.
Ringu não respondeu. Ele sabia que tinha roubado coisas na feira e também o harmônio, e tinha feito outras coisas erradas. Havia mentido e adorado o ídolo de pedra.
- Ringu o Deus verdadeiro odeia o pecado, mas Ele ama você. Se você morrer sem ter seus pecados perdoados, não poderá ir para o céu, onde Deus esta.
Você se lembra das figuras que eu mostrei na tela ontem? Deus enviou seu filho, o Senhor Jesus para receber o castigo que você merecia pelos seus pecados. O Senhor Jesus morreu por mim e por vocês, Ringu. Isto também esta escrito naquele papel, que você recebeu e é algo que você precisa saber.
O missionário fez uma pause
Ringu pensou em todos os seus medos. Sabiam que precisava de Jesus. Ele encarou o missionário e disse.
- Sei tudo isso. O que faço agora?
-Você deve receber Jesus como seu salvador.
Então os dois abaixaram a cabeça e o missionário ajudou a Ringu orar. Para Ringu parecia ser estranho estar falando com o Deus invisível, mas ele tinha há certeza de que Deus o ouvia. Quando terminaram de orar o missionário disse:
Ringu, você sempre pode falar com Deus e pedir ajuda, até para caçar o tigre, e quando você estiver com medo dos espíritos.
- Sim...
Ringu passou os dedos no cordão que usava no pescoço desde pequeno.
- Então, não preciso mais deste amuleto para afugentar os espíritos maus!
- É verdade, Ringu. O cordão que você usa não tem nenhum poder... Não adianta nada.
Ringu considerou com cuidado o que ia fazer.
Ringu sabia o que tinha que fazer. Com um puxão forte, ele quebrou o cordão e jogou o longe.
Mais tarde, naquele mesmo dia, quando Ringu estava em casa, Batu olhou para mãe, mas percebeu que ela havia parado seu trabalho para observa lo. Pelo canto dos olhos viu o pai, que ia saindo, mas parou a porta. Finalmente, Ringu olhou em volta e viu que todos os fitavam, perplexo, e pensou:
- O missionário me falou do Deus verdadeiro. Agora é a oportunidade de falar para a minha família. Será que eu devo?
Mesmo sendo difícil, Ringu disse:
- O Deus do missionário me ama e,mandou seu filho Jesus para morrer pelos meus pecados. De agora em diante, vou servir ao Deus verdadeiro.
O pai estava serio
-Não é o caminho do nosso povo. Quando você for mais velho, vai entender melhor.
Então, encolheu o ombros e saiu. Parecia que não estava preocupado. Os koskus não davam importância às crenças de uma criança.
Batu se afastou de Ringu.
-Eu não quero ficar perto de você... Os espíritos maus podem me prejudicar também.
Ringu ficou firme
- O missionário disse que Jesus é mais poderoso do que os espíritos maus.Eles não podem me machucar você se você receber a Jesus como seu Salvador.
- De jeito nenhum! – respondeu Batu – e vamos ver se ele te ajuda hoje à noite
Hoje à noite! A caçada ao tigre!!!!


A caçada ao tigre 25/03/2012







Um pouco antes de escurecer, Ringu, seu pai e outros caçadores saíram para a tocaia. Logo chegaram a arvore perto do bebedouro. O boi morto estava lá.


Depressa e em silencio, todos subiram na arvore ate a plataforma construída entre os galhos.
Durante a vigília, Ringu orava:
- O Deus, por favor, não deixe os maus espíritos me pegarem, e ajudem-nos a matar o tigre esta noite.
Ringu sentiu seu coração bater mais depressa, quando lembrou que o tigre tinha matando um homem na noite anterior.
De repente, ele achou que tinha visto algo se mover. Olhou, esfregou os olhos e olhou com mais atenção, pensando:
- Ó Deus, preciso que me escute. Será que tem mesmo algo se mexendo ali?
De fato, alguma coisa se mover no escuro! Ringu agarrou o braço do pai e apontou.


Todos olharam, quase sem respirar. O tigre avançava devagar, ora a luz da lua, ora na escuridão da mata. O corpo esguio quase deslizava e a cauda balançava no ar. Ele vinha em direção ao boi, e movia a cabeça de um lado para o outro, farejando inimigos.
Parecendo satisfeito por se sentir seguro, o grande animal listrado se inclinou ao lado boi. De repente, um tiro quebrou o silencio da noite. O tigre correu para o escuro.
- Errei – sussurrou o pai de Ringu.
Para onde teria ido o tigre? Será que voltaria?
Ringu ouviu o estalido de uns galhos quebrando, pertinho de onde eles estavam. Então olhou para baixo e ali estava o tigre! Como parecia enorme a luz da lua! O tigre estava pronto para o ataque.
- Ele vai pular – Pensou Ringu. Apertou o botão da sua lanterna de pilha e projetou a luz na cara do animal. – É fraca demais para ofusca lo. Quem sabe ele persegue a luz...
Com toda a força ele atirou a lanterna no chão. O tigre lançou-se sobre ela, e mais um tiro ecoou noite a dentro. O tigre saltou mais uma vez, agora para o alto. Em seguida, caiu pesadamente no chão, debatendo se no capim alto. Estava gravemente ferido. O pai de Ringu recarregou a espingarda e atirou outra vez. O animal ficou imóvel. Estava morto.
Ouviu-se na arvore o ruído da animação e alegria dos homens.
- Ó Deus muito obrigado! Muito obrigado por me ouvir! – orou Ringu baixinho.
- Seus tiros foram certeiros – disse um dos homens ao pai, virando se para o menino – Foi você que viu o tigre primeiro. Foi você também que impediu do tigre pular em nos.
- Deus me ajudou a enxerga lo – respondeu Ringu - e Deus ajudou você a matar o tigre, pai. O missionário disse “o nosso socorro esta no Senhor”. Agora sei o que isso quer dizer.
Os caçadores olham espantados para o Ringu, mais ninguém falou nada, enquanto desciam da arvore. A luz da manha já começava a entrar na floresta. O sol já se levantava.
- Ringu - disse o pai -, vá depressa a vila e traga a carroça e os bois. Precisamos levar o tigre daqui.
Ringu correu alegremente pela vila
- Noticias! Noticias! – Ele gritava pela rua, enquanto corria para casa. – O tigre esta morto! Nos matamos o tigre!
Ringu estava feliz por sua participação na caçada. Ele estava grato pela ajuda de Deus.
Mais tarde, depois que todos retornaram da mata Ringu foi guardar a carroça.
De uma certa distancia Batu observava Ringu, enquanto eles desamarravam os bois das carroças.
- Você não ficou com medo de passar a noite na mata escura Ringu?
- Eu estava apavorado! Mais os espíritos maus não me pegaram. O missionário disse que se confiramos em Deus, Ele nos ajuda. Então eu pedi ajuda. Por isso meu coração não bateu tão forte. Eu enxuguei melhor também. Fui eu que vi o tigre primeiro.
- Oh, quer dizer que você e Deus fizeram tudo? Que poderosos! – Batu exclamou. – Vocês estão desagradando os espíritos e eu estou com medo disso!
Batu se afastou, e Ringu acompanhou com o olhar.
- Ó Deus, ouça me outra vez, por favor. Faça Batu confiar em Ti também.
Naquele momento, ele ouviu o som de um motor e pensou:
-Deve ser o jipe. Será que o missionário esta saindo da vila? Ou será que ele sentiu a falta do harmônio e esta indo dar parte a policia? – Ringu engoliu em seco – Espero que não mais precise saber.
O ruído do motor começou novamente mais logo parou.
-Eu tenho que descobrir o que o missionário sabe a respeito do harmônio – Pensou Ringu e chamou seu irmão:
- Batu vamos falar com o missionário!
De algum lugar atrás da casa Batu respondeu:
- Não vou!
Ringu foi sozinho. Era difícil esta sozinho. Batu era sempre o seu acompanhante antes de Ringu aceitar a Jesus. Agora o missionário era seu único amigo.
- Espero que ele não descubra que eu roubei o harmônio da esposa dele.
Ringu chegou na curva da estrada, e la estava o missionário a beira da estrada, ao lado do jipe abarrotado com sua bagagem. Uma roda do jipe tinha atolado na lama.
- Não pude evitar - O missionário estava dizendo a Pandu. –Tentei desviar da lama, chegando bem perto do cantinho, mais a roda deslizou e caiu nesta valeta. Vamos pegar algumas pedras e galhos para levantar a roda.
- Ah, Ringu, você esta ai? Pode nos ajudar?
Ringu deu um grande sorriso.
- Sim missionário. – Ringu estudou com cuidado o rosto do missionário e pensou – Será que ele ainda não sentiu falta da caixa de musica?
- Se não tivermos ajuda não sairemos daqui hoje – disse o missionário – precisamos de uma ajuda dos bois para nos tirar daqui. Como é Ringu? Seus bois estão em casa?
- Quem sabe? – Ringu disse sorrindo. – Talvez ainda estejam no campo.
Ringu mordeu a língua. Ele sabia muito bem que os bois estavam em casa. Ele não deveria mentir. Mais era apenas uma mentirinha, ele pensou. E, na sua opinião, o jipe era pesado demais para os bois o tirarem da lama.
- Eu vou pedir para o pai de Ringu nos ajudar – disse Pandu – Certamente ele manda alguém trazer alguns bois.
- E-e-eu vou busca los – disse Ringu, sabendo que seu pai eira, com certeza ajuda – luz.
Ringu saiu em direção à vila. Ele caminhava devagar pensando em demorar bastante, para que o missionário não desconfiasse que tinha mentido e respeito dos bois. Gostaria de não ter mentido. As mentiras nunca o haviam incomodado antes, mas agora ele se sentia culpado.
Ringu voltou com os bois até o jipe. Rapidamente, o missionário amarrou os com cordas ao para choque da frente. Ringu gritou com os bois para que puxassem o jipe. Finalmente os bois se esforçaram, deram um passo, e depois outro. O jipe começou a se mover! Todos bateram palmas quando as rodas chegaram em terra firme. O missionário chamou Ringu do lado, colocando a mão carinhosamente no ombro de Ringu disse:
- Ringu, você sabia que os bois não estavam no campo. O senhor Jesus ama você e não quer vê lo mentindo. Ele sabe tudo que você faz, mesmo quando ninguém mais esta sabendo. O pecado só trás tristeza. Converse com Jesus sobre isso. Ele morreu por seus pecados e promete perdoa lo, caso você confesse o pecado. Meu amiguinho você tem ai aquele papel que lhe dei?
Ringu tirou o papel do turbante. Estava amassado e todo gasto nas beiradas. Ele segurou com cuidado, enquanto o missionário lia “Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda a injustiça” (I João 1:9).
Enquanto ouvia, Ringu cavava um buraco no chão com o dedo do pé. Ele achou que tinha entendido, mais não tinha certeza.
- Quando você aprender a ler, saberá mais sobre a Palavra de Deus – o missionário continuou – eu vou voltar a qualquer dia, mas ate la fale sempre como Senhor. Ele vai ajuda lo a fazer o que é certo. Agora antes de irmos, vamos pedir a Pandu para tocar algo no harmônio. Você gostaria ne Ringu?
Sem esperar a resposta o missionário foi buscar o harmônio no jipe. E agora? Ringu ficou imóvel, sem respirar. Parecia que seu coração ia explodir. Será que o missionário descobriria que Ringu tinha roubado o harmônio?
Revirando as coisas do jipe o missionário fez um sinal a Pandu
-Eu vi você colocar aqui. Será que caiu na estrada? - missionário fez um sinal para Ringu se aproximar.
- O harmônio não esta aqui – disse ele – e não sabemos onde esta. Não temos tempo para procura lo, nem para ir a policia dar queixa. Você procura para nos Ringu? Se você achar, pode leva lo ate a tenda e deixar com a Maria? Ela e a senhora que esta traduzindo a Bíblia para korku, para que logo todos possam ler e aprender a Palavra de Deus. Ela saberá onde estou e manda o harmônio para mim.
Ringu concordou com a cabeça, enquanto cruzava os braços e puxava as orelhas. Era uma promessa korku.
Naquela noite em casa, após o jantar Ringu se enrolou no seu cobertor perto do fogo. Estava muito triste. Ele havia roubado o harmônio e havia mentido sobre os bois.
- Roubar e mentir não são coisas tão ruis todo mundo rouba e mente – pensava ele – Mas o missionário Grubbs disse que roubar e mentir são pecados, e que o Senhor não se agrada do pecado.
Finalmente, Ringu começou a murmurar debaixo do cobertor:
- Jesus, o Senhor esta me ouvindo? Esta me ouvindo? Eu pequei. Eu menti e roubei. Mais quero agradar ao Senhor. Por favor, ajude me a não desobedecer mais.
Algo aconteceu. Uma paz invadiu o coração de Ringu. Ele sabia que o Senhor Jesus o havia perdoado. Ele se espreguiçou e mexeu os dedos dos pés. Então, de repente parou. Ele ainda estava com o harmônio!
Ele estava triste por ter roubado o harmônio e pretendia fazer um esforço para nunca mais roubar nada. Mas devolver? Isso era algo que nenhum conhecido seu faria! Ringu pensou bastante. O que ele deveria fazer?


Ringu devolve o harmônio 01/04/2012







Ringu queria muito experimentar a caixa de musica. Sem poder se conter, num certo dia, bem cedinho, ele correu até o abrigo e retirou a coberta que protegia o harmônio. Destrancou e abriu a tampa do harmônio, e viu as reluzentes teclas pretas e brancas. Olhou em volta, para ver se havia alguém por perto. Não havia ninguém ainda no campo.
Ringu apertou uma das mãos a parte lateral da caixa varias vezes, exatamente como tinha visto Pandu fazer. Ao mesmo tempo, colocou a mão no teclado e tocou. Os sons misturados assustaram a Ringu. Ele recuou, olhando o instrumento. Será que ele conseguiria tocar as musicas que ele gostava tanto?
- Vou tacar aquela musica que diz “Jesus veio, Jesus veio” – ele disse. E começou a cantarolar a musica que tinha ouvido Pandu tocar e cantar varias vezes. Porem ao pronunciar o nome de Jesus, seu coração pesou. Ringu reconhecia que estava triste porque havia roubado o instrumento. Mais não queria pensar nisso. Ele imaginou que, que talvez se tocasse a musica, Jesus ficaria feliz e não se importaria mais com o roubo.
Ringu cantarolou um pouquinho, tocou uma tecla branca e puxou o fole. Que som horrível! Ele tentou uma tecla preta, pior ainda.
No dia seguinte, Ringu foi novamente ao campo antes dos trabalhadores. Foi tentar outra vez tocar o harmônio, mais o som que ele conseguia tirar do instrumento era horrível. Não era parecido com musica... Ringu estava desanimado.
Ele fechou o harmônio e cobriu cuidadosamente, pensando:
-Quando eu for com meu pai à vila, vou procurar aquela pessoa, Maria, e ficarei sabendo onde o missionário esta.
Com sentimento de culpa, Ringu olhou para o harmônio. Então resolveu em seu coração:
-vou levar o harmônio ao missionário. Eu mesmo!
Ringu sabia que era isso que Jesus queria que ele fizesse.
Neste instante, Ringu achou que tinha ouvido alguém se aproximar. Ele ficou imóvel.
De repente apareceu Batu.
-Sabia que ia encontrar você aqui - disse ele aborrecido. - O pai esta chamando você para buscar lenha.
- Na vila? Então eu vou procurar a pessoa que o missionário falou e saber onde o missionário Grubbs esta. Vou devolver o harmônio.
-Devolver o harmônio? Não seja bobo! O missionário Grubbs foi embora. E tão cedo ele não volta, talvez não volte nunca mais!
- Não devíamos te lo roubado – disse Ringu
- Eu não quero nem saber. Você que queria o harmônio!
-Sim é verdade. Mas preciso devolve lo.
- Você esta maluco – disse Batu – E atrasado também. Agora é tarde demais o pai já foi para a vila sem você.
Ringu ficou desapontado. Mais daria um jeito.
Vários dias depois na feira, Ringu tentou encontrar Maria, mas não conseguiu. Ele se lembrou da primeira vez que tinha ouvido o harmônio e do encontrão que deu no missionário. De repente ouviu alguém dizer.
- Todos os cristãos foram embora. E ouvi dizer que não voltam nunca mais.
Ringu ficou muito triste. Todos os cristãos? O missionário Grubbs? Pandu? Maria? Não voltam mais?
Batu puxou o braço de Ringu e cochichou?
-Agora você não precisa mais devolver a caixa de musica. Mas... eu lamento que o missionário tenha ido embora...
Ringu olhou para o irmão. Ele nunca havia falado assim. Batu encolheu os ombros.
-Acho que a palavra do missionário deve ser boa...para fazer você pensar em devolver o harmônio?
Ringu ficou contente por Batu começar a pensar diferente e a dar valor as palavras do missionário. Ele, porem, estava preocupado. Se todos os cristãos tinham ido embora, como ele iria devolver o harmônio?
Ringu orou e esperou que Deus lhe mostrasse um jeito de devolve lo. Muitos dias se passaram. Então um dia o pai disse:
-Precisamos de lenha para o fogão. Vá com a carroça ate a vila hoje, Ringu.
-Ringu se apressou. Trouxe os bois e os atrelou à carroça.
- Eu vou com você.
Ringu sorriu animado. Ele estava feliz porque o irmão havia resolvido acompanha lo. Foram ate o abrigo e colocaram o harmônio na carroça.
-Segure bem – ele falou para Batu. – Não deixe cair.
Ringu cutucou os bois. Estava com pressa. Logo ele saberia se de fato todos os cristãos haviam ido embora.
Aproximando se da vila, Ringu notou que não havia nenhuma tenda ali. Então, devia ser verdade que todos os cristãos haviam ido embora! A tristeza e o desanimo tomaram conta dele. Largou as rédeas, deixando os bois irem por onde quisessem.
De repente Batu puxou a manda de Ringu e apontou:
- Olha lá, não é uma tenda?
Ringu esforçou se para ver melhor. É mesmo! Do outro lado do morro tinha uma tenda! Ao se aproximarem, viram em frente à tenda uma senhora sorridente, de cabelos brancos. Era Maria ela não tinha ido embora!
- Bom dia – a cumprimentou, enquanto a carroça se aproximava. – Você é o Ringu, que ajudou a caçar o tigre, não é? Preciso da ajuda de vocês meninos.
Ringu e Batu desceram e foram devagarzinho em direção a ela.
- Eu sou Maria. Será que vocês podem me ajudar? Preciso que leiam algo para mim e me digam como se diz a mesma coisa em korku. As palavras vão me ajudar a contar de Jesus ao seu povo na própria língua korku. Sente se aqui. Vamos conversar sobre Jesus.
A gentil e bondosa senhora pegou um folheto evangelistico.
-Aqui há palavras do Deus verdadeiro. São coisas importantes que Ele quer que vocês saibam.
Ringu respirou fundo. Maria tinha na mão um papel igualzinho o dele! O menino retirou do turbante o seu papel todo amassado.
- Oh! Vejo que você precisa de um papel novo! – Dando lhe um papel novinho – Você pode lê lo para mim?
- Vou tentar – disse ele. Ringu era bom aluno, tinha progredido bastante nos estudo do hindi, mais ainda precisava de ajuda com algumas palavras compridas.
Devagarzinho e com um pouco de ajuda da Maria, Ringu leu o papel inteiro, escrito em hindi. O papel afirmava que ele era pecador, mas que contava que Deus o amava e tinha enviado Jesus para morrer por ele. Com a ajuda de Ringu, Maria anotou como se devia dizer certas frases daquela em korku. As palavras enchiam o coração de Ringu. Ele que já havia recebido o senhor Jesus Cristo como Salvador, agora pertencia à família de Deus, Algum dia iria para o céu.
- Jesus é o meu Salvador – disse com convicção. – Mais eu preciso encontrar o missionário Grubbs. Tenho que falar com ele. – Ringu ficou serio – Mesmo que ele e Pandu estejam longe daqui, eu vou. Onde ele esta?
Maria ficou em silencio por um tempo.
O missionário Grubbs realmente foi para muito longe daqui. Ele estava bem doente e teve que ir para um hospital em Bombaim. Depois, foi enviado, com sua família, para os Estados Unidos. Os médicos nada pode fazer para cura lo. Agora ele esta no céu.
- O missionário esta no céu? – Ringu perguntou – Que bom! É onde Deus esta, e o Senhor Jesus também. O missionário deve estar muito feliz lá. – Ringu parou de falar pensativo – Mas... ele morreu?
- Sim - respondeu Maria.
Ringu abaixou a cabeça. Sentiu se repentinamente triste e solitário. Uma lagrima rolou pelo canto dos olhos. Ele amava o missionário e queria vê lo novamente.
- Eu tenho um retratinho do missionário Grubbs – disse Maria – Você quer ficar com ele?
Maria colocou a pequena foto nas mãos de Ringu. Ele olhou a foto entre lagrimas.
- Obrigado, muito obrigado! – ele murmurou. – Este é o meu missionário, que me falou de Jesus. Esta vendo Batu?
Batu olhou sem falar.
- Sabe Ringu – disse Maria, amavelmente – era plano de Deus que o missionário Grubbs fosse para o céu agora. Algum dia você vai vê lo ali. Mas Deus tem um plano especial para você bem aqui. Eu acredito que Deus quer que você ajude outros a ouvirem a palavra de Deus. Fazendo isso você estará servindo a Deus. Eu preciso aprender muitas palavras em korku, para poder escrever a mensagem de Deus na sua língua, Ringu, para o povo das aldeias poder ler. Sempre que você vier aqui, poderá me ensinar palavras novas, esta bem?
- Sim Maria! Eu quero servir ao Senhor Jesus de todo o meu coração. Se eu obedecer a Deus e trabalhar bastante para ajuda lá, talvez eu possa ser um missionário como o senhor Grubbs!
Então, de repente, Ringu ficou agitado. Ele lembrou que o harmônio ainda estava na carroça.
- Maria eu tenho um problema muito grande, o missionário me disse que, se eu achasse o harmônio, devia traze lo aqui.
- Você achou?
- Não, mas... esta comigo... eu o roubei... antes de receber Jesus, e agora quero devolve lo. O que posso fazer?
- A esposa do missionário Grubbs vai voltar para a Índia – disse Maria
A esposa do senhor Grubbs vai voltar! O rosto de Ringu se abriu em largo sorriso e ele correu para a carroça. Tirou o harmônio e entregou a Maria.
- Por favor, pode entregar a esposa do missionário, logo que ela chegar?
- Certamente! – disse Maria sorrindo
Num pulo Ringu subiu na carroça.
- Da próxima vez que viermos aqui, vamos lhe ensinar mais palavras em korku. Agora precisamos buscar lenha.
Enquanto descia pela estrada, Ringu tirou do turbante o papel de Deus e olhou para o céu.
- Muito obrigado Senhor Jesus, por mandar o missionário Grubbs para cá. Por favor, diga a ele que eu devolvi o harmônio e estou muito feliz. Diga a ele que vou servir ao Senhor!
-Ringu – disse Batu – eu não compreendo direito o que o papel diz. Você me explica?
- Sim Batu, eu vou te contar mais a respeito do Senhor Jesus durante todo o caminho de volta.



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