Egito
República Árabe do Egito
Bandeira Brasão de armas
Capital Cairo
26°2'N 29°13°E
Cidade mais populosa Cairo
Língua oficial árabe
Formação
- Primeira dinastia c. 3150 a.C.
- Independência doReino Unido 28 de Fevereiro de 1922
- Declaração da República 18 de Junho de 1953
Área
- Total 1 002 450 km² (30.º)
- Água (%) 0,632
Fronteira Líbia, Sudão, Israel ePalestina (Faixa de Gaza)
População
- Estimativa de Julho de 2008 81 713 517 hab. (14.º)
- Censo 2001 hab.
- Densidade 74 hab./km² (120.º)
PIB (base PPC) Estimativa de 2007
- Total US$ 403 961 milhões (27.º)
- Per capita US$ 5 491 (97.º)
Moeda Libra egípcia (EGP)
Fuso horário EET (UTC+2)
- Verão (DST) EEST (UTC+3)
Org. internacionais ONU
Cód. ISO EGY
Cód. Internet .eg
Cód. telef. +20
O Egito (AO 1945: Egipto) (em egípcio: Kemet; em copta , transl. Kīmi; em em árabe: مصر, transl. Miṣr, nome oficial: República Árabe do Egito transl. Jumhuriyah Misr al-'Arabiyah) é um país do norte da África que inclui também a península do Sinai, na Ásia, o que o torna um estado transcontinental.
Com uma área de cerca de 1 001 450 km², o Egito limita a oeste com a Líbia, a sul com o Sudão e a leste com a Faixa de Gaza e Israel. O litoral norte é banhado pelo mar Mediterrâneo e o litoral oriental pelo mar Vermelho. A península do Sinai é banhada pelos golfos de Suez e de Acaba. A sua capital é a cidade do Cairo. Os gentílicos para o país são "egípcio", "egipciano" e "egipcíaco", embora as últimas formas raramente sejam usadas.
O Egito é um dos países mais populosos de África. A grande maioria da população, estimada em 81.121,07 milhões de habitantes (2010), vive nas margens do rio Nilo, praticamente a única área não desértica do país, com cerca de 40 000 kmª; O da Líbia, a oeste, o Arábico ou Oriental, a leste, ambos parte do Saara, e o do Sinai, têm muito pouca população. Cerca de metade da população egípcia vive nos centros urbanos, em especial no Cairo, em Alexandria e nas outras grandes cidades do Delta do Nilo, de maior densidade demográfica.
O país é conhecido pela sua antiga civilização e por alguns dos monumentos mais famosos do mundo, como as pirâmides de Gizé e a Grande Esfinge. A sul, a cidade de Luxor abriga diversos sítios antigos, como o templo de Karnak e o vale dos Reis. O Egito é reconhecido como um país política e culturalmente importante do Médio Oriente e do Norte de África.
Pré-história
Os vestígios de ocupação humana no vale do Nilo desde o paleolítico assumem a forma de artefatos e petróglifos em formações rochosas ao longo do rio e nos oásis. No décimo milénio a.C., uma cultura de caçadores-recoletores e de pescadores substituiu outra, de moagem de grãos. Em torno de 8 000 a.C., mudanças climáticas ou o abuso de pastagens começou a ressequir as terras pastoris do Egito, de modo a formar o Saara. Povos tribais migraram para o Vale do Nilo, onde desenvolveram uma economia agrícola sedentária e uma sociedade mais centralizada.
Por volta de 6 000 a.C., a agricultura organizada e a construção de grandes edifícios havia surgido no Vale do Nilo. Durante o neolítico, diversas culturas pré-dinásticas desenvolveram-se de maneira independente no Alto e no Baixo Egito. A cultura Badariana e a sua sucessora, a Naqada, são consideradas as precursoras da civilização egípcia dinástica. O sítio mais antigo conhecido no Baixo Egito, Merimda, antecede os badarienses em cerca de setecentos anos. As comunidades do Baixo e do Alto Egito coexistiram por mais de dois mil anos, mantendo-se como culturas separadas, mas com contatos comerciais frequentes. Os primeiros exemplos de inscrições hieroglíficas egípcias apareceram no período pré-dinástico, em artefatos de cerâmica de Naqada III datados de cerca de 3 200 a.C.
Egito antigo
Cerca de 3 150 a.C., o rei Menés (ou Narmer) fundou um reino unificado e estabeleceu a primeira de uma sequência de dinastias que governaria o Egito pelos três milênios seguintes. Posteriormente, os egípcios passaram a referir-se a seu país unificado com o termo tawy, "duas terras" e, em seguida, kemet (kīmi, em copta), "terra negra". A cultura egípcia floresceu durante este longo período e manteve traços distintos na religião, arte, língua e costumes. Às duas primeiras dinastias do Egito unificado seguiram-se o período do Antigo Império (c. 2 700-2 200 a.C.), famoso pelas pirâmides, em especial a pirâmide de Djoser (III Dinastia) e as pirâmides de Gizé (IV Dinastia).
O Primeiro Período Intermédio foi uma época de distúrbios que durou cerca de 150 anos. Mas as cheias mais vigorosas do Nilo e a estabilização do governo trouxeram prosperidade ao país no Médio Império (c. 2 040 a.C.), que atingiu o zénite durante o reinado do faraó Amenemhat III. Um segundo período de desunião prenunciou a chegada da primeira dinastia estrangeira a governar o Egito, a dos hicsos. Estes invasores tomaram grande parte do Baixo Egito por volta de 1 650 a.C. e fundaram uma nova capital, em Aváris. Foram expulsos por uma força do Alto Egito chefiada por Amósis I, quem fundou a XVIII Dinastia e transferiu a capital de Mênfis para Tebas.
O Novo Império (c. 1 550-1 070 a.C.) teve início com a XVIII Dinastia e marcou a ascensão do Egito como potência internacional que, no seu auge, se expandiu para o sul até Jebel Barkal, na Núbia, e incluía partes do Levante, no leste. Alguns dos faraós mais conhecidos pertencem a este período, como Ramsés I, Ramsés II, Akhenaton e sua mulher Nefertiti, Tutankhamon e Ramsés III. A primeira expressão do monoteísmo é desta época, com o atonismo. O país foi posteriormente invadido por líbios, núbios e assírios, mas terminou por expulsá-los a todos.
Egito ptolomaico e romano
A XXX Dinastia foi a última de origem nativa a governar o país durante a era dos faraós. O último faraó nativo, Nectanebo II, foi derrotado pelos persas aqueménidas em 343 a.C.. Posteriormente, o Egito foi conquistado pelos gregos e, em seguida, pelos romanos, num total de mais de dois mil anos de controlo estrangeiro.
O cristianismo foi trazido ao Egito por São Marcos no primeiro século da era cristã. O reinado de Diocleciano marcou a transição entre os Impérios Romano e Bizantino no país, quando um grande número de cristãos foi perseguido. Naquela altura, o Novo Testamento foi traduzido para a língua egípcia. Após o Concílio de Calcedónia, em 451, uma Igreja Copta Egípcia foi firmemente estabelecida.
Egito árabe e otomano
Os bizantinos recuperaram o controlo do país após uma breve invasão persa no início do século VII, mantendo-o até 639, quando o Egito foi tomado pelos árabes muçulmanos sunitas. Os egípcios começaram então a misturar a sua nova fé com crenças e práticas locais que sobreviveram através do cristianismo copta, o que deu origem a diversas ordens sufistas que existem até hoje. Os governantes muçulmanos eram nomeados pelo Califado islâmico e mantiveram o controlo do país pelos seis séculos seguintes, inclusive durante o período em que o Egito foi a sede do Califado fatímida. Com o fim da dinastia aiúbida, a casta militar turco-circassiana dos mamelucos tomou o poder em 1250 e continuou a governar até mesmo após a conquista do Egito pelos turcos otomanos em 1517.
Dinastia de Mehmet Ali
A breve invasão francesa do Egito em 1798, chefiada por Napoleão Bonaparte, resultou num grande impacto no país e em sua cultura. Os egípcios foram expostos aos princípios da Revolução Francesa e tiveram a oportunidade de exercitar o auto-governo. À retirada francesa seguiu-se uma série de guerras civis entre os turcos otomanos, os mamelucos e mercenários albaneses, até que Mehmet Ali, de origem albanesa, tomou o controlo do país e foi nomeado vice-rei do Egito pelos otomanos em 1805. Ali promoveu uma campanha de obras públicas modernizadoras, como projetos de irrigação e reformas agrícolas, bem como uma maior industrialização do país, tarefa continuada e ampliada por seu neto e sucessor, Ismail Paxá.
A Assembleia dos Delegados foi fundada em 1866 com funções consultivas e veio a influenciar de maneira importante as decisões do governo.
Egito moderno
A abertura do canal de Suez pelo Quediva Ismail, em 1869, tornou o Egito um centro mundial de transporte e comércio, mas fez com que o país contraísse uma pesada dívida junto às potências europeias. Como resultado, o Reino Unido tomou o controlo do governo egípcio em 1882 para proteger os seus interesses financeiros, em especial os relativos ao canal.
Logo após intervir no país, o Reino Unido enviou tropas para Alexandria e para a zona do canal, aproveitando-se da fraqueza das forças armadas egípcias. Com a derrota do exército egípcio na batalha de Tel el-Kebir, as tropas britânicas alcançaram o Cairo, eliminaram o governo nacionalista e dissolveram as forças armadas do país. Tecnicamente, o Egito permaneceu como uma província otomana até 1914, quando o Reino Unido derrubou Abbas II, último quediva egípcio, e formalmente declarou o Egito um protetorado seu. Hussein Kamil, tio de Abbas, foi então nomeado sultão do Egito.
Entre 1882 e 1906, surgiu um movimento nacionalista que propunha a independência. O Incidente de Dinshaway (em que soldados britânicos abriram fogo contra um grupo de egípcios) levou a oposição egípcia a adoptar uma posição mais forte contra a ocupação do país pelo Reino Unido. Fundaram-se os primeiros partidos políticos locais. Após a Primeira Guerra Mundial, Saad Zaghlul e o Partido Wafd chefiaram o movimento nacionalista egípcio, ganhando a maioria da assembleia legislativa local. Quando os britânicos exilaram Zaghlul e seus correligionários para Malta em 8 de Março de 1919, o país levantou-se na primeira revolta de sua história moderna. As constantes rebeliões por todo o país levaram o Reino Unido a proclamar, unilateralmente, a independência do Egito, em 22 de Fevereiro de 1922.
Reino
O novo governo egípcio promulgou uma constituição em 1923, com base num sistema parlamentarista representativo. Saad Zaghlul foi eleito para o cargo de primeiro-ministro pelo voto popular, em 1924. Em 1936, foi assinado o tratado anglo-egípcio, pelo qual o Reino Unido se comprometia a defender o Egito e recebia o direito de manter tropas no canal de Suez. A continuidade da ingerência britânica no país e o aumento do envolvimento do rei do Egito na política levaram à queda da monarquia e à dissolução do parlamento, por meio de um golpe militar conhecido como a Revolução de 1952. Este "Movimento dos Oficiais Livres" forçou o Rei Faruk a abdicar em favor do seu filho Fuad.
República
A República do Egito foi proclamada em 18 de Junho de 1953, presidida pelo General Muhammad Naguib. Em 1954, Gamal Abdel Nasser — o verdadeiro arquiteto do movimento de 1952 — forçou Naguib a renunciar, colocando-o em prisão domiciliária. Nasser assumiu a presidência e declarou a total independência do Egito com relação ao Reino Unido, em 18 de Junho de 1956, com a conclusão da retirada das tropas britânicas. Em 26 de Julho daquele ano, nacionalizou o canal de Suez, deflagrando a chamada Crise do Suez.
Nasser faleceu em 1970, três anos após a Guerra dos Seis Dias, na qual Israel invadiu e ocupou a peninsula do Sinai. Sucedeu-o Anwar Al Sadat, que afastou o país da União Soviética e o aproximou dos Estados Unidos, expulsando os conselheiros soviéticos em 1972. Promoveu uma reforma económica chamada "Infitá" e suprimiu de maneira violenta tanto a oposição política quanto a religiosa.
Em 1973, o Egito, juntamente com a Síria, deflagrou a Guerra de Outubro (ou do Yom Kippur), um ataque-surpresa contra as forças israelitas que ocupavam a península do Sinai e as colinas de Golã. Os EUA e a URSS intervieram e chegou-se a um cessar-fogo. Embora não tenha resultado num sucesso militar, a maioria dos historiadores concorda que o conflito representou uma vitória política que lhe permitiu posteriormente recuperar o Sinai em troca da paz com Israel.
A histórica visita de Sadat a Israel, em 1977, levou ao tratado de paz de 1979, que estipulava a retirada israelita completa do Sinai. A iniciativa de Sadat causou enorme controvérsia no mundo árabe e provocou a expulsão do Egito da Liga Árabe, embora fosse apoiada pela grande maioria dos egípcios. Um soldado fundamentalista islâmico assassinou Sadat no Cairo, em 1981. Sucedeu-o Hosni Mubarak.
Revolução de 2011
Em 25 de janeiro de 2011, protestos contra o regime de Hosni Mubarak começaram em todo o país. O objetivo dos levantes populares eram a remoção de Mubarak do poder. Tais eventos tomaram a forma de uma intensa campanha de resistência civil apoiada por um número muito grande de pessoas e, principalmente, que consistia em demonstrações de massa contínuas. Em 29 de janeiro de 2011 ficou claro que o regime de Mubarak tinha perdido o controle da população quando uma ordem de recolher obrigatória foi ignorada e o exército tomou uma posição semi-neutra em relação ao decreto do toque de recolher. Alguns manifestantes, uma pequena minoria no Cairo, expressaram pontos de vista nacionalistas contra o que foi considerado interferência estrangeira, com destaque para o ponto de vista relativamente neutro do governo dos Estados Unidos, assim como ligações entre o regime de Mubarak com Israel.
Em 11 de fevereiro de 2011, Mubarak renunciou e fugiu do Cairo. O vice-presidente Omar Suleiman anunciou que Mubarak renunciou e que os militares egípcios assumiriam o controle dos assuntos do país no curto prazo. Enormes celebrações populares eclodiram na Praça Tahrir com a notícia da renúncia.
Em 13 de fevereiro de 2011, o comando militar de alto nível do Egito anunciou que tanto a constituição quanto o parlamento do Egito haviam sido dissolvidos. Desde então, eleições parlamentares foram marcadas para serem realizadas em novembro e um referendo constitucional foi realizado em 19 de março de 2011.
Religião
A religião maioritária do Egito é o islã sunita, aproximadamente 90% da população. A maior minoria religiosa são os coptas (9% da população). Outras minorias religiosas são os ortodoxos gregos e armênios, tanto católicos quanto protestantes.
Nesta zona viviam os judeus, ainda que em pequeno número, de importância econômica. Eles abandonaram o país em 1956, quando forças armadas de Israel, França e Grã-Bretanha atacaram o Egito.
Em 1992 começou uma campanha de violência armada, concentrado em Cairo e no Alto Egito, cujo principal objetivo era estabelecer um governo baseado em uma lei islâmica escrita. As principais vítimas da violência foram funcionários governamentais e turistas. A Organização de Direitos Humanos determinou que o governo egípcio parasse a discriminação contra as vítimas. As leis relativas à construção das igrejas e a prática aberta da religião têm recentemente diminuído, mas o importante trabalho de construção nas igrejas ainda requerem a permissão do governo.
Política
O Egito é uma república desde 18 de junho de 1953. O poder legislativo é exercido pela Assembleia Popular, um parlamento unicameral composto por 454 membros. Destes, 444 são eleitos por voto popular para um mandato de cinco anos; os restantes 10 são nomeados pelo presidente da República. Entre as funções da Assembleia Popular estão aprovar o orçamento, fixar os impostos e aprovar os programas de governo. Para além da Assembleia, existe um Conselho Consultivo composto por 264 membros, dos quais 176 são eleitos através de voto popular e 88 nomeados pelo presidente. O país seja formalmente uma república semipresidencialista multipartidária, na qual o poder executivo é compartilhado entre o presidente e o primeiro-ministro.
Em 24 de junho de 2012, a comissão eleitoral do Egito anunciou que o candidato da Irmandade Muçulmana, Mohamed Morsi ganhou eleições presidenciais do Egito. Morsi venceu por uma margem estreita sobre Ahmed Shafiq, o último primeiro-ministro do líder deposto Hosni Mubarak. A comissão disse que Morsi teve 51,7 por cento dos votos contra 48,3 de Shafiq. Morsi foi empossado no sábado 30 junho de 2012, como o primeiro presidente democraticamente eleito do Egito.
Era Mubarack
Mohamed Hosni Mubarak assumiu a presidência do país em 14 de Outubro de 1981, após o assassinato de Anwar Sadat, e, em 2008, estava no seu quinto mandato. Renunciou ao cargo em 11 de fevereiro de 2011, após uma série de atos da população contra seu governo. Mubarak é o chefe do Partido Democrático Nacional, no poder.
Em fevereiro de 2005, Mubarak anunciou uma reforma na lei eleitoral, de modo a permitir uma eleição presidencial multipartidária. Entretanto, a nova lei instituiu restrições draconianas para as candidaturas a presidente, impedindo que políticos conhecidos se candidatassem e permitindo a reeleição de Mubarak em Setembro daquele ano. O pleito foi criticado por alegadas acusações de interferência governamental, fraude e violência policial contra manifestantes da oposição. Como resultado, muitos egípcios parecem cépticos quanto ao processo de redemocratização, já que menos de 25% dos 32 milhões de eleitores compareceram às urnas em 2005.
Em 19 de março de 2007, o parlamento aprovou 34 emendas constitucionais que proíbem os partidos de usar a religião como base para atividades políticas, autorizam o presidente a dissolver o parlamento e impedem a supervisão judicial das eleições.
Diversas organizações locais e internacionais de direitos humanos, como a Amnistia Internacional e a Human Rights Watch, criticam o histórico egípcio referente aos direitos humanos. As violações mais sérias incluem tortura, detenções arbitrárias e julgamentos perante tribunais militares e de segurança do Estado. Também há críticas relativas ao estatuto da mulher e das minorias religiosas.
Política externa
O Egito exerce uma grande influência política na África e no Médio Oriente e as suas instituições intelectuais e islâmicas estão no centro do desenvolvimento social e cultural da região. A sede da Liga Árabe encontra-se no Cairo; tradicionalmente, o secretário-geral da organização é egípcio.
O Egito foi o primeiro país árabe a estabelecer relações diplomáticas com Israel depois da assinatura dos acordos de Camp David, em 1978. O ex-vice-primeiro-ministro Boutros Boutros-Ghali foi secretário-geral das Nações Unidas entre 1991 e 1996.
Economia
A economia do Egito baseia-se principalmente na agricultura, media, exportações de petróleo e turismo. Mais de três milhões de egípcios trabalham no exterior, em especial na Arábia Saudita, no golfo Pérsico e na Europa. A construção da barragem de Assuão e do lago Nasser, em 1971, alterou a influência histórica do rio Nilo sobre a agricultura e a ecologia do país. O rápido crescimento populacional, a quantidade limitada de terra cultivável e a dependência do rio Nilo continuam a sobrecarregar os recursos e a economia.
O governo tem lutado para preparar a economia para o novo milênio, por meio de reformas económicas e investimentos maciços em comunicações e infra-estrutura física. Desde 1979, o Egito recebe em média 2,2 mil milhões de dólares em ajuda dos Estados Unidos. Sua principal fonte de renda, porém, é o turismo, bem como o tráfego do canal de Suez.
O país dispõe de um mercado de energia desenvolvido e que se baseia no carvão, petróleo, gás natural e hidroelétricas. O nordeste do Sinai possui depósitos de carvão consideráveis, que são explorados à taxa de cerca de 600 000 toneladas ao ano. Produzem-se petróleo e gás na Península do Sinai, nas regiões desérticas a oeste, no golfo de Suez e no delta do Nilo. As reservas egípcias de gás são enormes, estimadas em mais de 1 100 000 metros cúbicos nos anos 1990, e o país exporta GLP.
Após um período de estagnação, a economia começou a melhorar, com a adopção de políticas económicas mais liberais, que se juntaram ao aumento das receitas turísticas e a um mercado de acções em alta. No seu relatório anual, o FMI avaliou o Egito como um dos principais países do mundo a empreender reformas económicas, que incluem um corte dramático das tarifas de importação. Um novo código tributário, promulgado em 2005, reduziu de 40% para 20% o imposto de renda das pessoas jurídicas e permitiu aumentar a arrecadação em 100% em 2006.
A captação de investimento estrangeiro direto (IED) aumentou consideravelmente nos últimos anos, chegando a mais de 6 mil milhões de dólares em 2006, devido às medidas de liberalização económica. Espera-se que o Egito ultrapasse a África do Sul como maior captador africano de IED em 2007.
Um dos principais obstáculos com que se defronta a economia é a distribuição de renda. Muitos egípcios criticam o governo pelos altos preços de produtos básicos, já que seu padrão de vida e poder aquisitivo permanecem relativamente estagnados.
O PIB do Egito alcançou 107 484 mil milhões de dólares em 2006. Os principais parceiros comerciais do Egipto são os Estados Unidos, a Itália, o Reino Unido e a Alemanha. O Egito está listado entre as economias dos "Próximos Onze".
Cultura
A cultura egípcia tem seis mil anos de história registrada. O Antigo Egito esteva entre as primeiras civilizações complexas a surgirem no planeta e por milênios manteve uma cultura impressionante intrincada e estável que influenciou as culturas posteriores da Europa, Oriente Médio e outros países africanos. Depois da era faraônica, o próprio Egito ficou sob a influência do helenismo, do cristianismo e da cultura islâmica. Atualmente, muitos aspectos da cultura antiga do Egito existem na interação com os elementos mais recentes, incluindo a influência da cultura ocidental moderna, em si, com as raízes do Egito antigo.
A capital do país, a cidade do Cairo, é a maior cidade da África e é conhecida há séculos como um centro de cultura, aprendizado e comércio. O Egito tem o maior número de prêmios Nobel na África e no mundo árabe. Alguns políticos egípcios nascidos estiveram ou estão no comando de grandes organizações internacionais como Boutros Boutros-Ghali das Nações Unidas e Mohamed ElBaradei da AIEA.
O Egito é reconhecido por ser um criador de tendências culturais no mundo da língua e da cultura árabe contemporânea, influenciados fortemente pela literatura, música, cinema e televisão egípcia. O país ganhou um papel de liderança regional durante os anos de 1950 e 1960, o que deu um novo impulso duradouro para o estatuto da cultura egípcia no mundo árabe.
Feriados nacionais
Data Nome em português Nome local
13 de abril Festa da Águia Aguy Misr Pap
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