sexta-feira, 19 de abril de 2013

Jamais Esquecerei

Esta historia está baseada num relato de Alice Hitchcock adaptada e ilustrada pela Pra Grabriela Pache de Fiúza.


Há muito tempo atrás (ou nem tanto), existia o castigo físico nas escolas. Ou seja, professores castigavam com palmatória, açoites, ou qualquer outro castigo físico àquelas crianças que desobedeciam ordens ou tinham um mal comportamento em sala de aula ou durante o recreio.


Ainda que isso fosse terrível, também deu lugar a histórias apaixonantes como a que vou contar para vocês.
Uma escola Impossível de se dar aula
Num pais distante do nosso, existia uma escolinha rural no meio das desérticas montanhas. Era um pequeno vilarejo de agricultores e criadores de gado. Nesta escolinha havia um grave problema. Nenhum professor durava ali mais de um mês. Mas não era por causa do clima, nem das distancias, nem pelo salário (que era muito bom); Qual seria a razão que impedia os professores de permanecer naquela escola? O que vocês acham?
Mas num belo dia, depois de ter ido embora o ultimo professor, chegou um novo professor. Digamos que era o quinto novo professor do ano! Era muito jovem. O pátio da escolinha estava cheio de meninos e meninas de diferentes idades que chegavam dos assentamentos e campos vizinhos à escola.



Quando os meninos enxergaram o professor começaram a rir entre eles e a cochichar.


– Heim, Rafa você viu o pintinho despenado que ta chegando na escola?
– Esse voa hoje mesmo! Gritou outro menino.
– Tranqüilos, rapazes- respondeu Rafael, que parecia ser o líder da turma – vamos dar um pouco de tempo pra ele. Se a gente faz ele voar logo de cara, não teremos com quem nos divertir. Kkkkkkkkkkkk


O jovem professor ouvia tudo desde a sala de aula. Por fim a campainha tocou marcando o inicio das aulas. Umas cinqüenta crianças se precipitaram dentro da sala, gritando e se empurrando agressivamente. Quando todos tomaram seus assentos o professor ficou de pé na frente da sala.


– Atenção! O primeiro sermão do professor! – disse Rafa, gritando para todo mundo ouvir.
As crianças riam ate não poder mais. Mas, para surpresa de todos, o professor não estava bravo, e com muita serenidade disse.



-Muitos pensam que esta escola vai fechar as suas portas. Mas nós conseguiremos que ela funcione muito bem. E para que uma escola funcione bem tem que ter boas leis ou normas de comportamento. E para que sejam leis fáceis de serem respeitadas serão vocês mesmos que as colocarão. Sendo assim podem levantar a mão um a um e ditar as normas da escola…


A sala estava em completo silencio. A surpresa tinha paralisado os alunos.



Passaram alguns minutos no mais completo silencio, até que um corajoso aluno foi o primeiro a levantar a mão e disse:


– Não roubar, professor. Acho que essa deve ser a primeira lei.
– Muito bem! -disse o professor escrevendo no quadro. Alguém mais?
– Não brigar!
– Não falar palavrões!
A turma toda logo se animou e começaram a falar as leis um após o outro.
Terminada a lista no quadro Rafa ficou em pé e gritou:
– Professor, também temos de colocar os castigos para que as leis sejam obedecidas, senão ninguém respeitará as leis!
– Com certeza Rafael! –Respondeu o professor. – Que castigo você colocaria, por exemplo, no caso de que alguém quebre a lei de “NÃO ROUBAR”?
– Dez açoites de vara com as costas nuas, professor! – Disse Rafael rapidamente.
E assim foram estabelecidos os castigos para cada desobediência.
Para espanto de todos, a escola passou a semana sem nenhum problema. As crianças queriam obedecer as suas próprias leis. Além disso, sabiam que o castigo era certo e muito doloroso. Mas um dia, quando tocou a campainha para o recreio, Rafael se levantou para pegar o lanche que tinha deixado numa caixinha na carteira atrás dele. E qual a surpresa! O lanche não estava lá, algum colega tinha pegado.

O rosto de Rafa estava vermelho de raiva, ele apontava para a carteira e gritava com desaforo!


– Alguém roubou meu lanche! Alguém roubou meu almoço! Que a nossa lei o castigue, eu exijo que a nossa lei seja cumprida!



O professor com tristeza ficou de pé e disse:


– Parece que é a primeira lei quebrada. Que pena!
Logo olhando para a classe com pesar e com firmeza disse:
– Aquele que roubou o almoço de Rafael passe adiante e confesse!
Ouve um grande silencio! Ninguém pestanejava! Então o professor tomou a decisão de revistar todas as carteiras e pertences das crianças com o objetivo de achar o culpado.
Quando chegou perto da carteira de Jaime, este se jogou encima dela e dos seus objetos gritando:
– Não, não, nas minhas coisas não!



- Levante-se Jaime! – Ordenou seriamente o professor.


Então revistou os pertences de Jaime e encontrou a caixa do lanche de Rafael. Mas a caixinha já estava vazia.
– Porque você fez isso, filho? – Perguntou o professor.
O menino chorando aos prantos respondeu:
– Eu estava com fome professor… meu pai esta embriagado a muitos dias. E hoje minha mãenão tinha nada para nos dar a comer.
– Porque você não me disse isso antes! Eu teria compartilhado o meu almoço com você! Mas agora é tarde demais! Você roubou e o castigo pela lei quebrada deve ser efetuado!
Venha para frente e tire sua camisa.
Jaime passou para frente chorando desesperado e suplicando dizia:
– Professor, não me faça tirar a camisa, por favor. Posso apanhar com a camisa? Por favor…
– Sinto muito. É parte do castigo! – disse o professor com o coração partido!
Toda a sala estava muda e alguns já estavam com os olhos cheios de lágrimas.
Jaime tirou a camise e…



Para espanto de todos, Jaime tinha o corpo coberto de feridas e hematomas, algumas cicatrizes eram antigas e outras pareciam muito recentes… além disso Jaime estava magérrimo! Dava até pra enxergar todos os seus ossinhos.


_O que é isto no seu corpo Jaime? Perguntou o professor completamente abalado.
-É que o meu pai quando chega bêbado em casa fica violento com a gente, e bate na gente! –respondeu Jaime entre soluços e pranto.
Todos estavam chorando agora! A sala inteira sentia muita misericórdia e compaixão pelo coleguinha.
O professor, então, com firmeza e os olhos cheio de lágrimas, pegou a vara, levantou a mão pra começar a aplicar o castigo pela lei quebrada quando…



Do fundo da sala se ouviu uma voz visivelmente quebrantada.


– Castigue-me a mim professor! Eu quero apanhar no lugar do Jaime! Eu pagarei pelo pecado do Jaime! Por favor, professor!
O durão do Rafa correu chorando para frente da sala e já foi abraçando o pequeno Jaime.
-Eu pagarei por você amiguinho, eu pagarei!
Então tirou a camisa e colocou as costas nuas para o professor aplicar o castigo pela lei quebrada.
Comovido, mas com firmeza o professor pegou a vara e cumpriu a lei da sala. Contou dez varadas sobre as costas de Rafa.
Rafael suportou sem nenhuma queixa, nem grito. E quando terminou o castigo em meio a um grande silencio, colocou a camiseta e voltou para sua carteira.
O professor tentava dar aula, mas era muito difícil.



Então se ouviu uma lamentação. Jaime se levantou e correu para a carteira de Rafael e o abraçou chorando.


-Jamais esquecerei o que você fez por mim! Você pagou pelo meu castigo! Você tomou meu lugar! Ninguém nunca fez algo assim por mim! Eu serei o seu amigo para sempre!
O professor pegou um livro enorme e muito bonito e disse comovido:
– Crianças eu quero contar uma historia real de alguém que fez por nos o mesmo que Rafael fez por Jaime. Alguém que tomou o nosso lugar, alguém que pagou o nosso castigo, mas ele não somente apanhou por nós! Ele deu a sua vida, derramou o seu sangue para que nós pudéssemos ter a vida eterna, para sermos curados e vivermos em liberdade. Esta pessoa é Jesus, o filho de Deus.
Então leu na Bíblia o relato Isaías 53:5 e outros textos que falam da morte de Jesus por nós. Depois perguntou para a sala quem queria entregar a sua vida ao Senhor Jesus. E a sala inteirinha levantou a mão, todos queriam esse Deus tão misericordioso que pagou o castigo em nosso lugar.
E você amiguinho, quer entregar a sua vida ao Senhor Jesus hoje?


http://miriangalli.blogspot.com.br/2012/07/historias-evangelisticas-para-criancas_9230.html

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